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Acadêmico: Antonio Penteado Mendonça Os planos de saúde privados brasileiros têm um desenho pesado e que necessariamente os faz custarem caro. São planos sem flexibilidade
Exemplos de planos de saúde Os planos de saúde privados brasileiros têm um desenho pesado e que necessariamente os faz custarem caro. São planos sem flexibilidade, sem possibilidade de escolha, no qual o consumidor é obrigado a levar o pacote fechado, como, por exemplo, uma freira carmelita descalça de 80 anos, trancada na cela de seu convento, que, ao contratar um plano de saúde privado, é obrigada a ter garantia para AIDS. Além disso, os planos brasileiros não têm limite temporal, nem financeiro, o que os colocava, de acordo com a lei, se não fossem seguradoras, à mercê da sorte, pela impossibilidade de se calcular a sua exposição real ao risco. Atualmente, essa situação foi contornada pela contratação de resseguro para todos os planos de saúde. Mas para um plano pequeno o modelo ainda pode ser seu fim. Como ele fará frente a um tratamento caro, por tempo indeterminado, como acontece nos dias de hoje, quando uma UTI pode custar dezenas de milhares de reais por dia ou um único medicamento chega na casa dos milhões de reais? A conta de um único paciente pode custar mais caro do que seu faturamento em um mês. É esta realidade que precisa ser enfrentada para garantir o futuro dos planos de saúde privados e que 50 milhões de brasileiros sigam sendo cobertos por eles, recebendo atendimento de qualidade e desonerando o SUS. Para mostrar que é possível, abaixo elenco alguns modelos de planos de saúde atualmente inexistentes no Brasil, mas que poderiam ser liberados para as operadoras os comercializarem. O primeiro modelo é um plano mais abrangente do que os planos brasileiros. Seria um plano universal, com as mesmas garantias oferecidas pelo SUS, em enfermaria de rede privada de hospitais, com atendimento para consumidores de renda mais baixa e oferecidos pelas empresas. Uma segunda modalidade seria um plano exclusivo para grandes riscos, quer dizer, internação hospitalar, cirurgias e doenças como câncer, cardiovasculares e outras, em que o custo do tratamento é alto. Poderia ser comercializado oferecendo rede credenciada ou livre escolha. Um terceiro, que é largamente utilizado em vários países, seria um plano no qual o segurado determina os capitais que ele quer ter anualmente para os diferentes procedimentos. Por exemplo, R$ 2 milhões para câncer; R$ 1 milhão para doenças cardiovasculares; 500 mil reais para acidentes pessoais; 100 mil reais para apendicite; 150 mil reais para exames etc. Para não encompridar a história, termino com um plano com as mesmas características dos nossos planos atuais, mas com franquias, participações obrigatórias e exclusões de cobertura, que seriam determinadas pelo consumidor. Neles, a freira não contrataria cobertura para AIDS. Essa lista não é terminativa. Poderia haver planos apenas para consultas, para exames, para acidentes pessoais etc. Também não tem um melhor do que o outro. Cada um tem um desenho e seu público. Não há razão para as operadoras não criarem novos produtos. Mas, para o assunto avançar, antes de tudo, é necessário que o brasileiro, que vota para presidente, não seja considerado incapaz de cuidar da sua saúde, de acordo com o seu bolso. Publicado no jornal O Estado de S. Paulo, em 22 01 2024 voltar |
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