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SEGUROS - A HORA DAS OPORTUNIDADES
Acadêmico: Antonio Penteado Mendonça
O universo do seguro é praticamente ilimitado. Todas as atividades humanas, em princípio, podem ser seguradas. Indo além, em teoria, a existência do ser humano sobre a terra pode ser segurada, com exceção do fim da espécie, não porque não possa ser garantida por uma apólice de seguro, mas porque não terá quem pague e quem receba a indenização.

O universo do seguro é praticamente ilimitado. Todas as atividades humanas, em princípio, podem ser seguradas. Indo além, em teoria, a existência do ser humano sobre a terra pode ser segurada, com exceção do fim da espécie, não porque não possa ser garantida por uma apólice de seguro, mas porque não terá quem pague e quem receba a indenização.

Alguns riscos são mais óbvios, outros menos claros, da mesma forma que a solução para sua proteção. Apesar de segurável, nem tudo é segurado. As razões para isso são as mais variadas e vão desde falta de conhecimento do risco até grandezas além da capacidade do setor.

No final da década de 1970, o seguro de automóveis era visto como um produto marginal pelo mercado brasileiro. Os grandes produtos eram incêndio, vida, transporte e lucros cessantes. Um belo dia, uma seguradora redesenhou o produto e, em poucos anos, o seguro de veículos se transformou numa das principais carteiras das seguradoras brasileiras.

Mais ou menos na mesma época, um especialista do grupo segurador alemão HDI desenhou a primeira apólice para desmontagem de usinas nucleares. Seu prêmio foi ser nomeado o primeiro diretor do grupo no Brasil, onde, curiosamente, sua carreira foi curta e não teve muito sucesso.

Na contramão da lógica, ou da lenda, que diz que as nações mais desenvolvidas são melhores seguradas, foi com surpresa que se descobriu que a maioria dos danos causados a Nova Orleans pelo furacão Catrina não tinham seguro. Da mesma forma, a maioria dos imóveis atingidos pelos terremotos que regularmente sacodem a Itália também não são segurados. Como não são os imóveis da Califórnia, como ficou claro quando, depois de um terremoto, se descobriu que, se a vinícolas tinham seguro contra terremotos, as residências no Vale de Napa não eram seguradas.

O atual momento que a humanidade atravessa é inédito, complexo e delicado. O planeta atravessa uma de suas mais graves recessões. O multilateralismo e a globalização deram lugar ao fechamento das fronteiras e das economias. O coronavírus segue matando e ainda não há uma vacina confiável no mercado.

Os prognósticos para o Brasil são negativos e a crise deve aumentar bastante o número de desempregados. O quadro é muito ruim, mas é justamente quando o horizonte fica escuro que surgem as grandes oportunidades.

Ninguém tem dúvida de que 2020 será um ano complicado para o setor de seguros. Se vai ser difícil para grande parte das atividades econômicas nacionais, não haveria razão para o setor de seguro ter vida fácil. Não terá, o que não quer dizer que acontecerá uma quebradeira generalizada ou que há risco sistêmico ameaçando as seguradoras.

Mas será que não há luz no fim do túnel ou atividade econômica de alguma forma acontecendo? De uma forma ou de outra, padarias, supermercados, farmácias, açougues, quitandas, lojas de flores, escritórios de contabilidade e advocacia, empresas de engenharia e arquitetura, etc., estão funcionando. E precisam de seguros.

Será que o que o mercado oferece é o mais eficiente para as empresas e pessoas físicas? Será que as apólices atuais não comportam aperfeiçoamentos ou mesmo mudanças capazes de torná-las mais abrangentes e mais baratas?

Será que todos os riscos que ameaçam diretamente o cotidiano da sociedade estão segurados ou ao menos têm apólices capazes de fazer frente e eles? A resposta é não.

Menos de quarenta anos atrás, o Brasil não tinha apólice de responsabilidade civil com garantia em dólares para os sinistros internacionais. As apólices eram rígidas e congeladas pelas tarifas únicas do IRB. E, no entanto, neste lapso de tempo, o setor cresceu vertiginosamente, saltando de uma participação de menos de um por cento no PIB para alguma coisa perto de seis por cento.

Na base deste movimento estavam os corretores de seguros. E se eles estavam, quando a profissionalização era muito mais difícil, por que não estariam de novo, agora, quando o acesso a programas de treinamento de todas as naturezas está francamente democratizado?

É complicado? O segurado está sem dinheiro? As seguradoras não querem criar nada novo? As resseguradoras estão cautelosas? Tudo bem, faz parte do jogo. É nessa hora que coragem e competência fazem toda a diferença.

Publicado dia 25 de setembro de 2020, no site do SindsegSP.



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