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TRINDADE SANTA FONTE E MODELO DE COMUNHÃO
Acadêmico: Dom Fernando Antônio Figueiredo
Da Trindade, qual fonte inesgotável, flui o amor, que une o Criador às criaturas: Ele é um Deus, que se relaciona, essencialmente.

Da Trindade, qual fonte inesgotável, flui o amor, que une o Criador às criaturas: Ele é um Deus, que se relaciona, essencialmente.
A criação do homem, iniciativa do amor do Pai! Mediador entre o criado e o Criador, “limite” entre o visível e o invisível, o homem é chamado a assumir o universo e imprimir nele a marca do seu gênio. Dizia Pascal: “O homem supera infinitamente o homem”. Assim como Deus, o ser humano foge a toda definição.
Livre, o ser humano tem por vocação viver a comunhão com todos, e respeitar a cada um dos seres da natureza. Diante da “atração” da “árvore da vida”, ele pode dizer: sim ou não! Impossível ser “neutro”! Mas, sem estar, ainda, devidamente preparado para usufruir do mundo, que lhe prodigaliza, generosamente, os bens que necessita, ele come do seu fruto. Sôfrego, apodera-se das coisas de Deus, sem Deus.
Pelo pecado, isolou-se, tornou-se impenetrável à benevolência do Criador; distanciou-se de Deus e rompeu a comunhão fraterna. As consequências não são só negativas. No Seu amor, o Pai não se afastou dele, acompanha-o, abre-lhe caminho para alcançar o destino pretendido. Sua finalidade não foi mudada. Não só tomou consciência dos seus limites, como também acolheu a possibilidade de ser sempre mais: vencer o mal, vivificá-lo, porque lhe é dado superá-lo. Santo Irineu lê no gesto bondoso do Criador, simbolizado em Adão, revestido de pele, “uma proteção que torna possível o lento progredir da história”.
Mas o amor do Pai é atordoante! Ele envia Seu próprio Filho, a segunda Pessoa da Trindade, que, vencendo a morte com a Sua morte, permite, em meio ao mundo corruptível, o ressurgimento de uma vida nova. Volta a resplandecer a Luz do Pai. Nada há, verdadeiramente, humano, que não encontre eco no coração do Filho. A propósito, escreve Santo Atanásio: “Tudo foi feito por Ele e n’Ele tudo pode ser renovado”.
Eis a nossa resposta ao amor do Pai: nosso amor ao Filho Jesus, amor comprovado pelo cumprimento do Seu mandamento: “Amai-vos uns aos outros, assim como Eu vos amei”! Mas tão grande amor, como realizá-lo? O Espírito Santo, terceira Pessoa da Trindade, enviado pelo Pai e pelo Filho, nos purifica e nos une, intimamente, ao Filho, tornando-nos presença do Seu amor gratuito, misericordioso. Então, a Unidade, como Pessoa em comunhão, presente em Deus, desde toda eternidade, efetiva-se em cada um de nós.
Como “pessoas trinitárias”, pessoas em relação, em comunhão, abrem-se em nós os muros da subjetividade e, unidos, vivemos em verdadeira e profunda comunhão fraterna, guardando, com “respeito e cuidado”, a irmã, que Deus nos confiou: a Terra!



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