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Acadêmico: Antonio Penteado Mendonça De acordo com as últimas informações, o mundo está às vésperas de um momento impressionante na história da humanidade. Em pouco tempo, mais da metade da população do planeta estará conectada à internet. O começo do que isso significa é fácil de ser imaginado, todavia, os desdobramentos são difíceis de serem avaliados.
De acordo com as últimas informações, o mundo está às vésperas de um momento impressionante na história da humanidade. Em pouco tempo, mais da metade da população do planeta estará conectada à internet. O começo do que isso significa é fácil de ser imaginado, todavia, os desdobramentos são difíceis de serem avaliados. Não é impossível entender o que o novo patamar quer dizer em termos de mudanças socioeconômicas, políticas e de mobilidade. Mobilidade em seu sentido amplo, física e intelectual. Conectadas à rede, milhões de pessoas terão condições de procurar temas que lhes são importantes e entender melhor como as coisas acontecem. Como as sociedades funcionam, como as ideias atravessam as fronteiras físicas e, através da internet, entram em todas as casas conectadas. Mais de quatro bilhões de pessoas terão acesso a informações vitais para sua sobrevivência. Terão notícias sobre o desenvolvimento de suas respectivas nações, analisadas e filtradas pelo resto do mundo. Poderão comparar o que seus governos fazem em prol do bem-estar social, o que funciona e o que não funciona e como as decisões são tomadas em outros países, eventualmente mais bem-sucedidos e, consequentemente, mais avançados. As fronteiras físicas não terão capacidade de reter as ideias. Através da internet a comunicação se dará em outra dimensão, entrando na casa das pessoas em todos os cantos da terra. O grau de exigência das demandas deve dar um salto. Podendo comparar, o cidadão vai escolher o melhor. Ainda que demore um tempo para ele identificar qual o melhor, a escolha acabará acontecendo naturalmente, pelos múltiplos exemplos e experiências navegando na rede o dia inteiro. No campo político, ideias bloqueadas pelas fronteiras tradicionais simplesmente entrarão nas casas de milhões de pessoas. Quando morei na Alemanha, a grande ferramenta de propaganda da Alemanha Federal era a televisão, que invadia os lares comunistas para mostrar os alemães ocidentais em férias na Espanha, dirigindo carros modernos, viajando de avião, fazendo cruzeiros de navio, etc. O efeito era devastador e enchia os alemães orientais de inveja de seus primos ricos. A internet multiplica milhares de vezes a capacidade da televisão da década de 1980. Com a rede, computadores, tablets e celulares colocam à disposição de seus usuários uma gama de informações e conhecimento jamais vista na história. E esta capacidade de acesso abre a porta para toda a sorte de negócios e transações. Através da internet é possível para um brasileiro comprar através de um site chinês um produto europeu e em poucos dias receber sua encomenda em casa. Com mais da metade da população mundial conectada, as possibilidades de negócios crescem exponencialmente, envolvendo todos os campos da economia. Para o setor de seguros os desafios pagam todos os preços, independentemente das dificuldades. A quantidade de pessoas que atualmente não participam das cadeias econômicas e que em pouco tempo serão adicionadas à economia formal chega na casa dos bilhões. São bilhões de pessoas produzindo, gerando riquezas, ficando elas próprias mais ricas, comprando, gastando e exigindo produtos e serviços mais sofisticados. A onda de progresso é inestancável. Não há como impedir que isso aconteça, mesmo com o mundo, de tempos em tempos, atravessando uma crise. No total, a população do planeta está mudando de patamar e, ainda que existam enormes diferenças entre os mais ricos e os mais pobres, os mais pobres estão mais ricos e vivem melhor do que acontecia até há pouco tempo. É tudo que o setor de seguros precisa para se expandir e se consolidar onde atualmente tem pouca penetração. Quem sabe, um bom exemplo seja a situação brasileira. Se não houver nenhum terremoto político-econômico, a atividade seguradora pode dobrar de tamanho nos próximos cinco anos. Na base desse salto está o salto da sociedade brasileira. O país tem tudo para mudar de patamar e a internet e a inteligência artificial terão papel preponderante neste processo. Publicado no jornal O Estado de São Paulo, 10 de fevereiro de 2020. voltar |
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