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A IMPORTÂNCIA DO CORRETOR DE SEGUROS
Acadêmico: Antonio Penteado Mendonça
"Ele é responsável pela proteção do patrimônio das pessoas, da mesma forma que é responsável pela garantia do futuro de gente que, por uma razão ou outra, perde o arrimo da família."

Quem é o corretor de seguros? Entre as profissões menos conhecidas pelo cidadão brasileiro, o corretor de seguros tem lugar de destaque. Este desconhecimento é de tal ordem que vários tribunais de justiça estaduais têm posições diretamente opostas uns dos outros.

Para alguns, o corretor de seguros é o representante da seguradora; para outros, é um mero vendedor; para outros, sua função é similar à dos corretores de imóveis; e para outros, é o representante do segurado perante a seguradora.
Esta situação causa problemas de todas as ordens, inclusive no que tange a imagem do profissional, muitas vezes incompreendida até por quem trata com o setor de seguros.

A verdade é que o corretor de seguros, pela própria essência de sua atividade, é um cidadão com papel chave no bem-estar da sociedade. Ele é responsável pela proteção do patrimônio das pessoas, da mesma forma que é responsável pela garantia do futuro de gente que, por uma razão ou outra, perde o arrimo da família.
Cabe ao corretor de seguros oferecer as melhores soluções para estas situações, entendendo-se como melhores não apenas as mais baratas, mas principalmente as que blindem da forma mais hermética possível os danos decorrentes de eventos que atinjam os seus segurados.

O corretor de seguros é um especialista. Alguém treinado para entender a dinâmica da vida, avaliar os diferentes tipos de risco, conhecer os danos possíveis e os produtos desenhados para minimizá-los. Mas sua atuação vai muito além. Cabe a ele assessorar o segurado durante toda a vigência do contrato de seguro.
Ao contrário do corretor de imóveis, que, terminada a transação, encerra seu trabalho, o corretor de seguros começa a trabalhar na prospecção dos segurados, passa por todos os momentos da contratação da apólice, tem o dever de assessorar o segurado quando da ocorrência do evento coberto, durante todo o processo de regulação e liquidação do sinistro até o recebimento da indenização.

Mas seu trabalho vai mais além. Cabe ao corretor de seguros estar ao lado do segurado no momento da renovação dos seus seguros. Informar a data do vencimento da apólice e, no momento oportuno, apresentar as melhores alternativas para manter a proteção adequada para aquele determinado risco. Definida a melhor alternativa, cabe a ele negociar com a seguradora de forma a proteger os interesses do segurado, evitando que, por desconhecimento, ele contrate algo que não é o ideal.
Sob este aspecto, pode-se dizer que o corretor de seguros é tão essencial quanto o médico ou o advogado. Enquanto o médico trata da saúde e o advogado zela pelos direitos do cidadão, o corretor de seguros é quem garante o acesso à saúde, à proteção do patrimônio, ao complemento da aposentadoria e aos recursos necessários para a família seguir em frente após a morte de um de seus integrantes.

É ele quem conhece as seguradoras e por isso sabe em que ramos esta ou aquela atua com mais eficiência, quais as regiões que uma ou outra preferem, que tipo de segurados são mais bem atendidos por cada uma delas, quais as vantagens de preço e cobertura que elas oferecem, como cada uma se comporta diante de determinadas situações, como elas procedem na regulação e liquidação dos sinistros, etc.

O negócio de seguro é extremamente específico e técnico. Não é para amadores ou diletantes. A apólice é um contrato complexo, sofisticado, com variáveis determinadas por pequenos detalhes incluídos em cláusulas que podem fazer toda a diferença no momento do pagamento de uma indenização.

Quem conhece este universo por dever de profissão é o corretor de seguros. As seguradoras não vendem seguros diretamente porque não saibam ou não possam fazê-lo. A razão para não fazerem isto num país como o Brasil é meramente pragmática.
As seguradoras preferem comercializar suas apólices através de corretores de seguros porque sabem que é a melhor forma de reduzirem ao mínimo a possibilidade de problemas. Ora, se as seguradoras agem assim, qual o sentido do segurado pretender fazer de outro jeito?

*Antonio Penteado Mendonça é advogado, jornalista, cronista, secretário geral da Academia Paulista de Letras, articulista do Estadão e comentarista da Rádio Estadão.

Publicado no jornal Estadão em 09/04/2018.




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