1/2/2024
110° CLUBE DE LEITURA DA APL (VIRTUAL), COM O LIVRO "PRIMEIRO AMOR", DE SAMUEL BECKETT. MEDIAÇÃO: MAFRA CARBONIERI
quinta-feira - 18h30
ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS
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"Primeiro Amor" (Nova Fronteira), livro de Samuel Beckett. É preciso deixar claro que esta não é a obra mais famosa do irlandês vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1969. Essa honra cabe à trilogia formada pelas peças "Esperando Godot" (Cosac Naify), de 1952, "Fim de Partida" (Cosac Naify), de 1957, e "Dias Felizes" (Cosac Naify), de 1961. Só de citar essas histórias fiquei com vontade de comentá-las no Blog Bonas Histórias. Quem sabe não coloque Beckett no Desafio Literário do próximo ano para poder analisar suas criações de forma mais completa, hein? Vontade não me falta. O que atrapalha é o fato de a lista do Desafio ser limitada a apenas oito autores anualmente. Aí, sempre ficam grandes nomes de fora...
A relevância de "Primeiro Amor" está em sintetizar o espírito atormentado e pessimista de Beckett em uma narrativa curta, gênero em que o irlandês produziu boas obras. O texto deste conto retrata com propriedade as características literárias que fizeram o escritor tão amado ao redor do mundo ao longo da segunda metade do século XX. A força dramática do livro deixa o leitor totalmente desconcertado. Trata-se de uma paulada que tomamos na cabeça e, ao mesmo tempo, no coração. É uma leitura existencialista para pessoas fortes e destemidas. Não seja enganado pelo título: a última coisa que temos aqui é amor.
Prova maior do valor de "Primeiro Amor" está no fato de algumas editoras, tanto no Brasil quanto no exterior, terem aceitado publicá-lo de maneira independente apesar de ele ser um conto. Normalmente, as narrativas curtas não são impressas em uma publicação exclusiva. Geralmente, elas são lançadas dentro de antologias ou coletâneas de contos. Entretanto, "Primeiro Amor" acabou contradizendo a lógica do mercado editorial de que "um único conto não pode ocupar um livro inteiro" e foi publicado sozinho
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