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25/5/2023
103° CLUBE DE LEITURA DA APL (VIRTUAL), COM O LIVRO: QUANDO O ESTÔMAGO GRITA, DE ELISETE DE FÁTIMA GUARNIERI, COM A PRESENÇA DA AUTORA. MEDIADOR: MAFRA CARBONIERI
quinta-feira - 19h00
Academia Paulista de Letras
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QUANDO O ESTÔMAGO GRITA, de Eliete de Fátima Guarnieri
SINOPSE
Quando nasce uma obra? Quando é pensada? Quando é escrita? Quando é publicada? Para a autora, quando histórias e personagens penetram seu mundo simbólico. Um morador de rua. Uma mulher com hiperêmese gravídica. Uma família em viagem ao Chile. Uma idosa quase centenária. Um casal na pandemia. Uma mulher que se isola. Um pai. Uma menina com sua avó. Duas pessoas que se encontram por acaso. Um caçador noturno e sua presa. Uma senhora religiosa. Um casal separado pela morte. Um amor platônico. O leitor se surpreenderá com a forma como personagens, sentimentos e experiências emergem a cada conto, tocando, inesperadamente, a profundeza da alma humana.
QUANDO O ESTÔMAGO GRITA
São 13 contos antológicos que vão surpreender o leitor pela veracidade da ficção, beleza literária e recursos simples de expressão. Essas qualidades mais surpreendem porque definem uma estreante, e logo num gênero difícil como o conto.
O primeiro, "Cacofagia", causará forte impressão, que se prolongará até o último, "Chileno", essa narrativa densa que consegue ser delicada ao apreender a intimidade da angústia.
Trata-se duma escritora plena, de estilo sóbrio, como propõe o realismo da hora presente, para um mundo de incertezas e vários tipos de desconforto, mas que não descarta a esperança.
Ao comunicar a Eliete as minhas impressões de leitura, deixei anotado que a técnica de começar a narrativa com o conto já em andamento é uma característica de Machado de Assis, e do melhor de Dalton Trevisan. Aquela ideia de fazer o estômago gritar em todos os contos, na tonalidade certa que cada história exige, é eficaz e inteligente.
Estes contos têm atmosfera, suscitando no leitor cumplicidade, às vezes ódio ("Amor paterno"), medo ("Roca Negra"), saudade ("Bolo mármore"), comiseração ("Cacofagia"), adesão humana ("Dona Iraci").
Eu invejo quem vai ler estes contos. E espero outros da Eliete.
Mafra Carbonieri
QUANDO O ESTÔMAGO GRITA - PREFÁCIO
Obra inicial, mas não de iniciante nas Letras, “Quando o estômago grita” é expressão escrita de quem domina textos e gerencia ideias e frases como quem tece mosaico sem croquis.
Eliete de Fátima Guarnieri propõe obra literária depois de sólida carreira em Ciências Humanas, preparando-se cada vez mais, com conhecimento crescente e com a aplicação criteriosa dos conceitos apreendidos. Assim não surpreende pelas construções, mas pelas configurações.
As situações abordadas, por vezes lancinantes, são verossímeis e têm potencial para retirar o estômago da posição de conforto.
Os órgãos, de fato, têm manifestação própria, de júbilo, de inquietação, de revolta, de surpresa, somatizando as emoções que nem sempre nos dispomos a assumir. O estômago é protagonista neste enredo.
E esse mecanismo psicorgânico é magistralmente utilizado pela autora, ao longo da obra, ao desfilar seus personagens submetidos à miséria, à insegurança, à decepção, ao medo, à depressão, à inveja, ao desespero, ao ódio, ao prazer, à paixão, à luxúria, ao vício, ao arrependimento e à saudade, esta talvez o pendão da capacidade de sentir.
Todos esses ingredientes vão sendo paulatinamente trazidos à tona, e o estômago dos personagens, reagindo de maneira peculiar, certamente estimula que o do leitor também se manifeste.
O texto flui e as sensações sobrevêm umas às outras, às vezes contundentes, ou meigas e suaves. A alternância apraz e incita a curiosidade sobre o que virá adiante.
É extremamente agradável a iniciação literária da autora, que se espera não se satisfaça com a obra consumada, mas siga em busca de novas aventuras.
Já que Machado de Assis lhe é tão caro, vale a transcrição “Pensamentos valem e vivem pela observação exata ou nova, pela reflexão aguda ou profunda, não menos querem a originalidade, a simplicidade e a graça de dizer”.
E seu amor pelas línguas latinas faz-me sentir, ao final da leitura da obra, malheuresement c’est fini.
Valter Nilton Felix
Juíza de Santa Bárbara lança livro de contos
https://liberal.com.br/cultura/cultura-na-regiao/juiza-de-santa-barbara-lanca-livro-de-contos-1927296/
Juíza piracicabana Eliete de Fátima Guarnieri lança livro de contos
https://cidadeazulnoticias.com.br/juiza-piracicabana-eliete-de-fatima-guarnieri-lanca-livro-de-contos/
https://www.editorapatua.com.br/quando-o-estomago-grita-de-eliete-de-fatima-guarnieri/p
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