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A ALEGRIA FINAL
Acadêmico: Gabriel Chalita
Quem entende a morte? Quem entende sua pressa? Quem entende a necessidade de interrupções prematuras? Vidas cheias de vidas que se vão.


Quem entende a morte?
Quem entende sua pressa?
Quem entende a necessidade de interrupções prematuras? Vidas cheias de vidas que se vão.

No meio da dor, um vídeo circulava. A alegria daqueles jovens. Os ditos sobre o futuro. As brincadeiras. A irreverência. Jogaram juntos tantas vezes. Venceram. Perderam. Comemoraram. Lamentaram. Estranharam-se, certamente, pela falta de garra em uma outra partida. Abraçaram-se em jogadas certeiras. Choraram em vitórias. Falaram sobre erros. No campo e fora dele. Reclamaram da não escalação. Na escalada da vida, foram companheiros. Gratos, certamente, pela intensidade com que viveram. A gratidão, inclusive, por estarem juntos naquele voo.
Era a alegria final. Pouco depois, o voo voava em outra direção.
A fé nos aquece nesses dias frios. Ilumina-nos na escuridão das perguntas sem respostas.
Todos os dias há chegadas e há partidas. Pessoas nascem. Pessoas morrem. Deveríamos nos acostumar a isso? Como? Como convencer a nossa dor? A nossa tristeza? Nem a fé tem o poder de enxugar as lágrimas. Mas a alegria daquele vídeo diz algo. Foram vitoriosos para uma outra partida. Partiram os que aqui ficaram. Familiares. Amigos. Todos nós, cuja matéria-prima é a sensibilidade.
Partiram? Ficaram. Em um misterioso ficar. Porque é nisso que acreditamos.

Por: Gabriel Chalita (fonte: Diário de SP) | Data: 02/12/2016




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